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Queimadas provocaram o aumento da picanha em 43,5% e do café para 14%, aponta pesquisa
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Só no mês de agosto, os incêndios destruíram um território equivalente ao da Paraíba; a maioria dos casos foi em áreas de pastagens
- Por Camilla Ribeiro
- 04/10/2024 18h56 - Atualizado há 2 meses
Mudanças do clima causam impactos em todo o mundo e o agronegócio sofre muito com essas mudanças. Mas agora, com a situação de seca e de queimadas que atingem todo o Brasil, a situação se agravou ainda mais.
De acordo com um levantamento realizado por especialistas, produtos essenciais, como café, feijão, carnes e leite, encareceram com a piora da crise.O crescimento dos incêndios se deu ao longo de agosto, e estudos apontam que, em um período de seis semanas, o preço das carnes bovinas foi o mais afetado.
Principalmente o da picanha, que saltou 43,5%, de R$ 59,62 na semana de 4 de agosto para R$ 85,56 na de 15 de setembro.
“O aumento dos focos de incêndio intensificou o prejuízo sofrido pela produção de alimentos, que já vinha sendo afetada pelas secas”, disse Anna Fercher, head de Customer Success e Insights da Neogrid.
“Os impactos ocorrem na agropecuária devido à migração para a criação de gado em confinamento, o que envolve custos muito maiores e influencia diretamente no preço da carne e dos lácteos.”
O valor do leite apresentou alta de 9,6% no mesmo recorte, saindo de R$ 6,02 por litro para R$ 6,60.
Segundo a MapBiomas, as queimadas destruíram um território equivalente ao da Paraíba só no mês de agosto. A maioria dos casos foi em áreas de pastagens usadas para a pecuária.
Prejuízo com a colheita
Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), só no interior do estado de São Paulo, cerca de 230 mil hectares de lavouras de cana-de-açúcar, ou 75% da produção paulista, foram atingidos em agosto.
O aumento no preço do açúcar refinado foi de 5,9%, de acordo com a Neogrid. Porém, o café e o feijão viram altas ainda mais expressivas entre agosto e setembro, com seus subprodutos subindo até 14,4% e 22,1%, respectivamente.
“Os produtores estão enfrentando perda da colheita e da área para plantio com a antecipação da entressafra forçada, o que acaba refletindo nos custos de produção e na disponibilidade dos alimentos em gôndola e interferindo diretamente no preço dos itens”, analisa Fercher.
“Com o avanço das queimadas e a persistência da seca, a estimativa é de que os gastos com a produção dos alimentos continuem subindo e esses aumentos sejam repassados ao consumidor.”